Campo Futuro levanta custos de produção de frutas e leite 2h3l1v

Publicado em 19/05/2025 11:17
Painéis foram realizados em Pernambuco e São Paulo

Essa semana o Projeto Campo Futuro analisou os custos de produção de frutas (SP) e leite (PE). As análises foram realizadas com apoio das federações de agricultura e pecuária estaduais, sindicatos rurais e institutos de pesquisa. 362047

Fruticultura – O projeto promoveu painéis no interior de São Paulo para analisar os custos da produção da uva, abacate e limão.

Na segunda (12), os técnicos levantaram os custos da uva no município de Pilar do Sul, em uma propriedade modal com 1,5 hectares cultivados com as variedades Benitaka, Itália, Red Globe e Núbia em cultivo não irrigado e sistema semimecanizado.

Os produtores ouvidos relataram que a região vem ando por um período decisório com altos custos de produção atrelados a perdas de produtividade.

“O clima, com ocorrência de geadas, e a pressão de pragas foram apontados como fatores de influência e tem resultado em margens negativas”, afirmou a assessora técnica Letícia Fonseca. Segundo ela, esse ponto tem gerado redução das áreas plantadas e migração para variedades sem sementes, na expectativa de melhor remuneração.

Na terça (13), o Campo Futuro analisou os custos do abacate em Piraju, em uma propriedade modal com 45 hectares cultivados com a fruta, sendo 50% da área com o avocado Hass e demais com materiais tropicais, 30% margarida e 20% fortuna.

Segundo Letícia, os produtores destacaram que atualmente a maioria dos pomares é não irrigado, no entanto, há uma tendência de que em poucos anos todos busquem na irrigação uma estratégia de redução de riscos na atividade. Altas temperaturas e instabilidade no regime pluviométrico tem impactado a produtividade da cultura.

Em Urupês, na quarta (14), o levantou os custos do limão tahiti em uma propriedade de 15 hectares cultivados com a variedade IAC 1710. Os produtores apontaram alguns desafios para a cultura como a volatilidade e a incerteza nos preços pagos. De acordo com eles, o modal da região comercializa a fruta via intermediário, sendo o preço pago pela fruta definido apenas após a classificação no packing house.

Letícia Fonseca argumenta que ao avaliar os números estudados, foi possível notar que é necessário conseguir boa produção durante a safra temporã (meados de agosto a meados de outubro) para fechar o ano com margens sadias.

“No entanto, períodos prolongados de altas temperaturas nos meses de florada e formação tem gerado grande perda de flores e frutos e, com isso, o produtor não tem ado mercados em períodos come melhores preços, aumentando o risco da atividade.”

Pecuária de leite – Entre os dias 13 e 15, o Campo Futuro avaliou a produção de leite em Pernambuco, nos municípios de Garanhuns, Venturosa e Bodocó. As propriedades analisadas criam gado da raça girolando, com produção diária entre 10 e 12 litros de leite por cabeça/dia.

Na avaliação do assessor técnico Guilherme Dias, que acompanhou os painéis, em todas as regiões verificou-se a presença de alimentação concentrada para suprir as necessidades nutricionais dos rebanhos e utilização de silagem, o que demonstra o incremento tecnológico da região e a alocação de investimentos para o aumento da produtividade das propriedades.

“Contudo, dada a estrutura fundiária girando em torno de 40 hectares, alternativa viável para produção de volumoso em alta escala em uma área reduzida acaba se restringindo, em sistemas de sequeiro, ao cultivo da palma forrageira. No entanto devido ao seu baixo teor nutritivo e percentual limitado de fibras, a oferta desta forrageira deve ser consorciado com outras fontes de fibra, seja pastagem, capineira ou silagem”, explicou.

“A busca por volumoso de qualidade compatível à alta produtividade de leite faz com que pecuaristas das regiões amostradas dependam da aquisição de silagem vinda de outras regiões, tendo em vista a limitação física e também os desafios que o clima impõe à região,” finalizou.

De acordo com o levantamento, a produção diária das propriedades típicas de Pernambuco está entre 210 e 400 litros, e os resultados econômicos da atividade leiteira foram capazes de remunerar apenas os desembolsos dos pecuaristas, ficando aquém da depreciação, do pró-labore e da remuneração do capital imobilizado.

“Esse cenário denota sua sustentabilidade apenas no curto prazo, levantando a necessidade de ajustes produtivos para possibilitar a geração de caixa suficiente para reposição da infraestrutura produtiva nos médio e longo prazos”, afirmou Dias.

O técnico ressaltou que mesmo diante desses desafios, a produção de leite se mostrou mais atrativa que as outras oportunidades de uso da terra nas diferentes regiões do estado.

Em Garanhuns, por exemplo, a margem bruta por hectare da atividade leiteira foi 40% superior ao valor pago pelo arrendamento, enquanto em Venturosa a cifra foi 2,21 vezes superior a esse valor.

Fonte: CNA

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