Milho: Focado na safra dos EUA, mercado consolida nova queda no pregão desta 2ª feira em Chicago l47z

Publicado em 29/08/2016 17:43

Nesta segunda-feira (29), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão em campo negativo. Os contratos do cereal encerraram o dia com desvalorizações entre 3,50 e 4,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,11 por bushel e o dezembro/16 finalizou a sessão a US$ 3,20 por bushel. 22243r

Os analistas ponderam que, a perspectiva de uma grande safra nos EUA nesta temporada ainda pesa sobre os preços. "Parece que o mercado não acreditou muito nos números trazidos pelo Crop Tour na última semana", disse o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Na semana anterior, o tour, que percorreu os estados de Dakota do Sul, Nebraska, Minnesota, Iowa, Illinois, Indiana e Ohio, estimou a produção de milho norte-americana em 374,11 milhões de toneladas, com produtividade média de 180,15 sacas por hectare. A projeção está bem abaixo do indicado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último relatório de oferta e demanda, de 384 milhões de toneladas.

"Previsões do tempo continuam favoráveis ​​para milho e soja com chuvas que se deslocam em todo o Centro-Oeste nesta semana. Condições quentes são previstas para a próxima semana, juntamente com chuva em toda a porção ocidental do Meio-Oeste", ressalta o analista e editor do portal Farm Futures, Bob Burgdorfer.

Segundo o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, as temperaturas deverão ficar acima da média no período de 6 a 12 de setembro. No mesmo período, as chuvas também deverão ficar acima da normalidade em grande parte do Meio-Oeste americano.

E, nem mesmo, os bons números dos embarques semanais deram e aos preços. Conforme dados do USDA, na emana encerrada no dia 25 de agosto, os embarques de milho somaram 1.422,274 milhão de toneladas. O número ficou acima do divulgado na semana anterior, de 1,279,604 milhão de toneladas e, das apostas dos participantes do mercado, entre 800 mil a 1,2 milhão de toneladas.

"Contudo, também é preciso ponderar que, os atuais patamares de preços não cobrem os custos de produção dos produtores americanos. Para dezembro/16, o valor deveria estar próximo de US$ 4,20 por bushel. Com isso, vemos as vendas no mercado físico nos EUA paradas nesse momento", explica Brandalizze.

Mercado interno

A semana começou com ligeiras movimentações para os preços do milho no mercado interno. Em Ponta Grossa (PR), o valor subiu 2,50%, com a saca a R$ 41,00, em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 0,61%, com a saca a R$ 33,20. Já em Sorriso (MT), o preço recuou 3,57%, com a saca a R$ 27,00. Em Londrina (PR), a queda foi de 2,94%, com a saca a R$ 33,00.

Na região de Ubiratã (PR), a desvalorização foi de 1,49%, com a saca do cereal a R$ 33,00. Em Cascavel (PR), o preço cedeu 1,47%, com o a saca a R$ 33,50. Já no Porto de Paranaguá, a alta foi de 1,54%, com a saca a R$ 33,00.

"Temos nesse instante os grandes compradores parados, apostando em uma melhora na oferta no final do ano. Isso em decorrência na safra no Sul do Brasil. O aumento das temperaturas ajudou na germinação das plantas. E os negócios têm acontecido de maneira pontual", reforça o consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a segunda-feira (29) a R$ 3,2323 na venda, com queda de 1,21%. A sessão foi marcada pelo baixo volume de negócios, segundo a agência Reuters. Isso porque, os investidores ainda aguardam os dados de emprego nos Estados Unidos no fim da semana e do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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