Produção de café na área da Cooxupé deverá ser 30% menor com clima e broca 246jg
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Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de café na região de atuação da Cooxupé deverá ser 30 por cento menor neste ano ante 2016, em razão das chuvas aquém do ideal durante a fase de granação e também por causa da infestação por broca, que afetaram a produtividade média, afirmou o superintendente comercial da cooperativa, Lúcio Araújo Dias.
À medida que a colheita caminha para o seu final, Dias disse que a produção na área da maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, com sede em Guaxupé (MG), deverá atingir 14 milhões de sacas de 60 kg, 3 milhões de sacas abaixo do esperado anteriormente --o número inclui lavouras de cooperados e não cooperados.
A menor produção na área da cooperativa, que atua nas regiões do Sul de Minas, Cerrado e norte de São Paulo, e que representa 30 por cento da safra brasileira oficialmente estimada de 45,6 milhões de sacas, sinaliza dificuldades ainda maiores para exportadores e indústrias, uma vez que o Brasil começou a safra atual com estoques historicamente baixos.
Os embarques de café do Brasil têm sido baixos nos últimos meses, com o mercado apontando para grãos menores e um menor volume de produto de alta qualidade. As exportações do grão em julho foram as menores em mais de dez anos, segundo dados do governo.
De acordo com o superintendente comercial da Cooxupé, anteriormente a cooperativa esperava uma queda menor ante a temporada ada, de 15 por cento, uma vez que esta safra é negativa no ciclo bianual do arábica.
"Tivemos períodos sem chuvas ou com chuvas muito fracas no final de dezembro e em janeiro e fevereiro. Depois veio a broca, Então, a produtividade foi mais baixa e houve perda de produção mesmo", comentou Dias.
As novas previsões da Cooxupé ocorrem em um momento em que a colheita da safra brasileira 2017/18 se aproxima do fim, com 91 por cento do total colhido até 15 de agosto, segundo monitoramento da Safras & Mercado.
Já os cooperados da Cooxupé haviam colhido 87,96 por cento do total até 12 de agosto, ante 82,11 por cento um ano antes.
O fato é que a produção menor também se refletirá sobre as entregas de café à cooperativa, de acordo com Dias.
A Cooxupé esperava receber em torno de 5,6 milhões de sacas de café neste ciclo, mas o volume deve ficar entre 4,8 milhões e 4,9 milhões de sacas, projetou o superintende comercial.
No ano ado, os recebimentos da cooperativa somaram 6,28 milhões de sacas.
"O principal motivo é que gastamos muito café verde para dar uma saca de café beneficiado. A granação foi muito ruim, então o café ficou menos denso, menos pesado. Além disso tivemos um ataque de broca muito persistente neste ano", resumiu Dias.
O ataque por broca é o pior da história recente e deve-se à proibição de um pesticida usado há 40 anos.
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Celio Porto Fernandes Filho Espírito Santo do Pinhal - SP 18/08/2017 20:08 6z6c51
Na minha lavoura geralmente ficava muito café no chão (ou mesmo em pés de uma safra para outra) mas há anos deixei de usar o dissulfan contra a broca. Motivo: Produto altamente toxico para mim e para meu empregado, que o aplica. Primeiro nossa saude, sempre.... Com o ar dos anos notei o desaparecimento da broca ou até o aparecimento insignificante da broca. Acredito que o produto estava matando tambem inimigos da broca, que agora fazem o combate naturalmente. Na minha propriedade, com certeza, dissulfan ou endossulfan etc não entram mais.
Fernando Barbosa são Pedro da União - MG 18/08/2017 06:11 636l3z
A realidade da CAFEICULTURA é a mesma de nosso país. Vai se arrastando com uma má política de planejamento e envolvimento dos elos dentro da cadeia do café. Erros cometidos no ado refletem no futuro. Tem de ter um envolvimento da classe produtora, deixando os egos de lado, e se organizar dentro de uma estrutura organizacional. O cafeicultor sempre contando com o ano que vem..., porém o equilíbrio dos valores no café segue com pouco investimentos na lavoura, comprometendo os anos posteriores. É o caso a desfolha nos cafeeiros, que não foi citado na reportagem, que acredito ser mais impactante do que a broca do café presentes nesta safra de 2017. Boa reportagem essa, mostrando coerência e demostrando a verdade.