IDR-Paraná fomenta agricultura sustentável 1p3714
A produção agrícola foi, por muito tempo, atrelada à degradação ambiental. Produzir alimentos e preservar o meio ambiente parece ser uma equação difícil de ser solucionada. No entanto, ações simples têm garantido que as áreas agrícolas prestem serviços ecossistêmicos e beneficiem os recursos naturais. O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater) tem centrado esforços para garantir a sustentabilidade da produção agrícola paranaense, com a divulgação de práticas e tecnologias que apontem para uma agricultura sustentável. Mais do que isso, essas novas práticas estão se tornando aliadas da preservação do meio ambiente. 36564z
Desde o preparo do solo, até a colheita, os extensionistas do IDR-Paraná têm orientado ações que garantam a preservação ambiental. O terraceamento e o cultivo em nível, práticas de longa data de quem lida com a agricultura, são técnicas que garantem a infiltração da água no solo, reduzindo a erosão e, consequentemente, o assoreamento dos rios.
Menos agrotóxico
Edivan José Possamai, coordenador estadual do Projeto Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, disse que a agricultura tem que ser olhada como uma atividade econômica que tem uma relação muito próxima com o meio ambiente. "Essa interação tem a necessidade de gerar riquezas para as famílias e a sociedade, mas também tem que ser pensada do ponto de vista de preservação ambiental, da continuidade desse ambiente para as futuras gerações", observa.
Segundo o engenheiro agrônomo, é possível avançar quando se fala em qualidade do meio ambiente. Ele lembra que a maioria dos produtores adota a recomposição e manutenção das matas ciliares, importante para a conservação dos recursos hídricos e que grande parte dos produtores executa as práticas de conservação do solo, que tem uma relação direta com o ciclo da água. "É importante também vermos as ações de diminuição do uso de agrotóxicos como uma medida para melhorar a qualidade e a preservação do meio ambiente", afirmou Possamai. O extensionista destacou que o IDR-Paraná vem incentivando a adoção da agroecologia em todo o estado. Além disso, ele observou que a extensão rural tem discutido com os produtores o uso racional dos insumos químicos, evitando o uso abusivo desses produtos. "Um trabalho da Extensão Rural que é referência nacional é o MIP (Manejo Integrado de Pragas) na soja. Nesta safra, mais uma vez, essa prática mostrou que é possível reduzir pela metade o número de aplicações de inseticidas nas lavouras de soja quando são adotados o monitoramento e aplicação de agrotóxicos da forma correta. A gente acredita que é possível fazer a produção agropecuária com a preservação ambiental. Tecnologia a gente tem. O que precisamos é avançar no uso desse conhecimento que já temos", concluiu Possamai.
Nascentes protegidas
A proteção de nascentes é outra ação que há anos vem sendo colocada em práticas pelos extensionistas do IDR-Paraná em todo o estado. Com o uso da tecnologia do solo-cimento (uma mistura de solo do local, pedras e cimento) as fontes das propriedades rurais são protegidas. Além disso, é feita a recomposição da vegetação ao seu redor. Com esta ação, a vazão das nascentes se mantém mesmo em período de escassez de chuvas e as famílias têm o abastecimento de água garantido em suas propriedades. Em todo o estado, os extensionistas já fizeram a proteção de 3.800 nascentes. O trabalho é feito em mutirão, assim os produtores aprendem a usar o solo-cimento e podem reproduzir a prática em outras propriedades.
Produção de água
O plantio direto de grãos e, mais recentemente, o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) garantem a produção agrícola, aliada à preservação do solo e do meio ambiente. "Reduzindo o revolvimento do solo e mantendo uma palhada em sua superfície, é possível garantir aumento no teor de carbono fixado no solo, aumentar a quantidade de microorganismos benéficos, melhorar a infiltração de água, reduzir o consumo de água e, por fim, aumentar a produtividade das culturas", explica Tiago Hachmann, extensionista do IDR-Paraná de São José dos Pinhais. Há dois anos o SPDH vem sendo mostrado a produtores do município.
João Roberto Zielinski, adotou o novo sistema de cultivo. Hoje ele acredita não existir outra maneira de produzir. Um dos principais resultados da adoção do SPDH foi o aumento na vazão das nascentes da propriedade. De acordo com o produtor, o volume de água produzido pela nascente dobrou desde a adoção do sistema. A água utilizada para irrigação hoje vem toda da nascente da propriedade e o excedente é drenado para o rio Miringuava, utilizado no abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba. "Com a cobertura constante do solo, a rugosidade do terreno aumentou, aumentando também a infiltração de água e evitando problemas frequentes como erosão. Além disso, pelo aumento no teor de matéria orgânica, as condições físicas do solo melhoraram, aumentando a capacidade de armazenamento de água. A partir daí, outros benefícios surgiram, como a diminuição na necessidade de irrigação", explicou Tiago Hachmann.
Neste ano os profissionais do IDR-Paraná seguem prestando assistência aos produtores, para que eles aperfeiçoem o trabalho. Atualmente na Região Metropolitana de Curitiba há 59 agricultores que adotaram o SPDH, em onze municípios.
Segundo Hachmann, a intenção é ampliar o número de produtores que adotam o sistema. O SPDH também já foi implantado em propriedades das regiões de Maringá, Toledo, Umuarama, Laranjeiras do Sul, Irati e Ponta Grossa. "O corpo técnico do Instituto está sempre em busca de sistemas produtivos que aliem a produção agrícola à preservação ambiental", concluiu o Tiago Hachmann.
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