Alta do petróleo ainda não altera perfil da produção de etanol, mas maio será decisivo 1m4m3u
3c30x
O etanol está decolando em recordes de consumo, praticamente zerando os estoques em início de safra de menos cana e deverá manter a atratividade, até porque a Petrobras terá de desovar para a gasolina, mais dia menos dia, as altas seguidas do petróleo e ainda o carrego do dólar. Mas os efeitos dessa situação atrelada à menor produção do cru está circunscrita ao curto prazo e a conjuntura complexa desse mercado internacional não permite avaliar impactos mais longos no mix das usinas.
A começar pela manutenção ou não dos cortes de 2 milhões de barris/dia que os países produtores no âmbito da Opep, mais Rússia, se comprometeram desde janeiro. Nesta segunda (8), mesmo com o ministro de Energia da Arábia Saudita tirando do ar a continuidade da neutralização da produção, pelo menos mostrando que seu país está satisfeito, ainda alegou falta de consenso entre os demais membros. Reunião em maio deverá ser definitiva. O brent em Londres subiu mais de 1%, chegando a mais e US$ 71, acima das máximas de 2019 de US$ 69 na última semana.
"Por enquanto o etanol está surfando numa boa onda, mas pensar em manutenção do patamar de preços do petróleo, podendo mudar as expectativas de produção de etanol, é muito prematuro", diz Martinho Ono, CEO da SCA Trading. A partir do segundo semestre há dúvidas quanto ao mix, com o componente Índia e sua produção mais consolidada de açúcar, mas até lá não deverá haver mudanças, na opinião do trader, que prevê 9% a menos de bicombustíveis nesta safram em torno dos 27,3 bilhões de litros (17,9 de hidratado).
O estresse do dólar, que ou de mais de 4% de expansão em março, também é um componente pouco seguro para apostar.
Na decisão da reunião de maio da Opep, Ono, bem como Tarcilo Rodrigues, CEO da Bioagência, pensam que haverá peso importante a influência americana. "Primeiro, a questão de aumento da produção dos Estados Unidos", avalia Rodrigues.
Para ambos, além disso a commodity tem uma natureza conjuntural muito associada a aspectos geopolíticos. E aí também não se pode deixar de observar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem insistindo para os produtores de petróleo reverem a política de cortes, já que o barril alcançou níveis de preços cada vez mais perigosos para uma economia global em desacelação.
E nessa conta ainda entra as crises adicionais, como o colapso da infraestrutura da Venezuela, o Irã já alvo de bloqueios dos EUA e agora, por exemplo, a violência da rebelião civil na Líbia. Aliás, nesta segunda, este fator ajudou a puxar o barril em Londres.
O CEO da Bioagência também lembra que a volatilidade do petróleo, "uma commodity que ainda estamos aprendendo a trabalhar", às vezes chega a extremos. Em dezembro, por exemplo, o barril foi a US$ 43.
Apesar de estoques quase limpos e de um começo da safra 19/20 com menos usinas moendo por menor volume de cana - prejuízo ainda da seca de 2018, mais o veranico de dezembro e janeiro -, a produção de etanol vai se alinhando aos poucos. As chuvas desde o final da semana e destes próximos dois a três dias seguram a moagem, mas a tendência tradicional é de que as chuvas vão cessando no Centro-Sul, base da produção canavieira.
Mas os dois agentes de mercado ouvidos por Notícias Agrícolas também não asseguram que a manutenção do combustível fóssil am alta não mexa com a produção do biomcombustível no Brasil.
"A safra brasileira está bem fixada em termos de volumes e por enquanto não podemos prever surpresas", finaliza Tarcilo Rodrigues.
Na média geral, em termos apenas de mix, a estimativas variam em torno de menos 2 milhões de litros de etanol, para quase 2 milhões de toneladas adicionais de açúcar.
Mercado físico
Nesta segunda, as chuvas destes dias elevaram em mais de 7% em Ribeirão Preto, com o litro a R$ 2,30.
No Paraná, mais 12,5% e Mato Grosso do Sul mais 5,5%, entre outras altas levantadas pela Safras & Mercados.
Mas deverá ter uma redução a partir de quarta, de acordo com o analista Maurício Muruci, com o retorno da estiagem sobre as regiões canavieiras.
0 comentário 176t6r

Zona Norte do RJ segue como o mais barato para abastecer com gasolina e etanol, afirma Edenred Ticket Log

Após recuo de 20,9% no diesel, especialista do PR mostra como ampliar ainda mais a economia em frotas

Zona Norte é a região de SP mais barata para abastecer com gasolina, etanol e diesel S-10, afirma Edenred Ticket Log

Maior biorrefinaria da América latina terá empreendimento dobrado no Brasil

Raízen assina memorando com SAFPAC para combustível sustentável de aviação, diz governo

Produção de etanol de milho do Brasil deve crescer 20% em 2025/26, diz Unem