Alerta aos pecuaristas: frio intenso ameaça rebanhos e exige medidas urgentes para evitar mortes por hipotermia 5x31v
O avanço de uma intensa massa de ar polar sobre diversas regiões do Brasil, especialmente nos estados do Sul e em Mato Grosso do Sul, acende um sinal vermelho no campo. As temperaturas, que podem chegar a 0°C, trazem consigo um risco real e iminente: a hipotermia bovina, capaz de provocar mortes em larga escala e prejuízos milionários. 2n5x1z
De acordo com o diretor-adjunto da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) de Mato Grosso do Sul, Cristiano Moreira, citado em reportagem do portal Compre Rural, mudanças bruscas de temperatura, como uma queda de 35°C para 10°C, impactam severamente a saúde dos animais, provocando hipotermia e podendo levar à morte.
“Em 2010, uma frente fria muito intensa causou a morte de quase 10 mil animais em Mato Grosso do Sul. Em 2013, um evento semelhante resultou na morte de aproximadamente 2 mil animais, e no ano ado cerca de 3 mil bovinos morreram. Neste ano, já na primeira frente fria, registramos quase 300 animais mortos por hipotermia, e o risco volta a crescer com essa nova onda de frio”, alerta Moreira ao portal de notícias.
Alerta de frio
Desde o dia 27 de maio, o Brasil sente os efeitos dessa onda de frio, provocada pela chegada de uma massa de ar polar de origem continental, que avança sobre o país e derruba as temperaturas em diversas regiões. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas para 12 estados, abrangendo as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e partes do Norte, como Rondônia, Acre e o sul do Amazonas.
As temperaturas continuarão em queda ao longo da semana, com previsão de geadas e até possibilidade de neve nas regiões serranas do Sul.
O frio e a fisiologia bovina
Bovinos são animais homeotérmicos, ou seja, precisam manter sua temperatura corporal constante — em torno de 38,5°C. Quando expostos a temperaturas muito baixas, o organismo ativa mecanismos para conservar calor, como tremores, vasoconstrição periférica e aumento do metabolismo basal.
Porém, se não houver abrigo adequado, suplementação energética e manejo correto, esses mecanismos falham, levando rapidamente à hipotermia e, consequentemente, à morte do animal.
O que dizem os especialistas
Segundo a reportagem, tanto a Iagro quanto o Cemtec/MS destacam que, além das baixas temperaturas, o principal fator de risco é a falha no manejo dos rebanhos. Segundo nota técnica divulgada, “a falta de abrigos, a ausência de suplementação energética adequada e a não adaptação do rebanho às condições de frio são os principais fatores que levam às mortes por hipotermia”.
As recomendações aos pecuaristas são claras:
• Instalar abrigos ou quebra-ventos, como galpões, cercas de lona, telas ou cortinas.
• Reforçar a alimentação energética, utilizando milho, farelo de soja, rações proteicas ou outros suplementos.
• Fazer monitoramento constante, observando sinais clínicos de hipotermia, como apatia, tremores, rigidez muscular e falta de apetite.
• Notificar imediatamente qualquer morte atípica aos organismos estatais, conforme exige a legislação sanitária.
O Brasil, que busca se consolidar como fornecedor de proteína animal para mercados exigentes como China, Emirados Árabes e Europa, não pode mais aceitar a perda de animais por falta de medidas preventivas. Cada vida perdida por negligência pesa na competitividade e na reputação da pecuária nacional.
0 comentário 176t6r

O que muda com o reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação

Consumo de ração na pecuária de corte brasileira cresce quatro vezes mais que média mundial

Status de país livre de Febre Aftosa sem vacinação pode potencializar exportações de carne bovina brasileira

Scot Consultoria: Queda na cotação do boi gordo e “boi China” em São Paulo

Alerta aos pecuaristas: frio intenso ameaça rebanhos e exige medidas urgentes para evitar mortes por hipotermia

Radar Investimentos: Mercado físico do boi gordo registrou comportamento morno nesta quarta-feira