Setor de proteínas animais do Brasil vê como positivo o acordo entre EUA e China, trazendo estabilidade temporária 2o85u
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A tão aguardada reunião entre representantes dos governos dos Estados Unidos e China, ocorrida neste final de semana em Genebra, na Suíça, havia suscitado especulações dentro do setor de proteínas animais, que observava com cautela os possíveis resultados do encontro: fosse um acordo, ou apenas 'bons ventos' de um primeiro diálogo feito de forma oficfial.
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Apesar do ceticismo de muitos analistas do setor de carnes brasileiro de que um acordo pudesse sair imediatamente, a decisão nesta primeira rodada de tratativas entre as duas nações foi de que os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30% e as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%, informaram os dois países nesta segunda-feira. As novas medidas ficarão em vigor por 90 dias.
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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) recebeu positivamente a notícia sobre o acordo temporário entre EUA e China em meio ao conflito tarifário em vigor nas últimas semanas.
A ABPA entende que o avanço das negociações melhora o ambiente do mercado global, trazendo estabilidade - ainda que temporária. Uma guerra tarifária não gera benefícios a nenhuma nação.
Tanto China quanto Estados Unidos são grandes parceiros comerciais do Brasil em matéria de proteínas animais.
Vale lembrar que, em abril deste ano, a China figurou em primeiro lugar nas exportações brasileiras de carne de frango, segundo a ABPA, com 51,9 mil toneladas (queda de 10% sobre abril/24), com US$ 127,1 milhões em receita (baixa de 1,5% em relação a abril do ano ado); e o segundo lugar para os embarques de carne suína ao gigante asiático, com 15,1 mil toneladas (baixa de 30,0% sobre abril/2024), com US$ 32,4 milhões em arrecadação (recuo de 29,2% sobre o mesmo mês no ano ado).
No caso dos Estados Unidos, o destaque é para as exportações de ovos brasileiros. O país exporta cerca de 1% de sua produção, mas deste pequeno volume, os Estados Unidos se destacam devido a uma crise de influenza aviária de alta patogenicidade que dizimou grande parte do plantel de poedeiras. Entre os principais destinos dos embarques de ovos do Brasil em abril, os Estados Unidos lideraram as compras, segundo a ABPA, com 2,8 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 6,3 milhões. De janeiro a março, os Estados Unidos importaram 2.705 toneladas, saldo 346,4% maior em relação ao mesmo período do ano ado.
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Sobre a carne bovina, tanto China quanto Estados Unidos são fortes parceiros comerciais do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), na categoria in natura, a China manteve a liderança em abril, com 107,8 mil toneladas exportadas (39,4% do total) e US$ 530 milhões em receita. Os Estados Unidos registraram 47,8 mil toneladas (17,5%), com crescimento de 13,6% frente a março e de 498% na comparação com abril de 2024.
No acumulado de janeiro a abril, a China segue como principal destino no ano, com 392,3 mil toneladas embarcadas (US$ 1,89 bilhão), alta de 12,8% em relação ao mesmo período do ano ado. Isso representa 41,3% de participação no volume total exportado. Já os Estados Unidos mais que quintuplicaram suas compras no quadrimestre, somando 135,8 mil toneladas e consolidando-se como o segundo maior destino das exportações brasileiras (14,3% de participação), conforme informações da ABIEC.
"A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) informa que a suspensão parcial de tarifas entre Estados Unidos e China, anunciada recentemente, não deve gerar impactos nas exportações brasileiras de carne bovina. O setor avalia que a medida representa um desdobramento positivo para o comércio internacional, ao contribuir para a redução de tensões entre grandes potências e favorecer um ambiente mais estável e previsível para os fluxos comerciais".
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