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Epagri divulga recomendações de manejo da cigarrinha-do-milho nas lavouras catarinenses 2c5612

Publicado em 10/02/2021 13:12

Em Santa Catarina, a alta incidência da cigarrinha-do-milho, transmissora de agentes causais de doenças denominadas de enfezamentos na cultura do milho, tem causado impactos na produção do grão na safra 2020/2021.  A presença desse inseto está fazendo com que os técnicos da Epagri reforcem as recomendações de manejo das lavouras visando reduzir a incidência de doenças transmitidas por ele na próxima safra, como escolha de híbridos tolerantes aos enfezamentos, uso de sementes tratadas com inseticidas, redução da janela de semeadura, entre outras. e351w

Segundo a pesquisadora do Centro do Centro de Pesquisa para a Agricultura Familiar da Epagri em Chapecó (Cepaf), Maria Cristina Canale, milharais atacados pelo complexo de enfezamentos apresentam como sintomas avermelhamento e amarelecimento das folhas, encurtamento de entrenós com redução do porte das plantas, multiespigamentoe a má formação de espigas e grãos, o que afeta diretamente o rendimento das lavouras. “Além disso, materiais que são altamente suscetíveis, em áreas de alta pressão de inóculo das bactérias dos enfezamentos, podem se tornar enfraquecidos e predispostos a incidência de outros patógenos oportunistas que podem provocar podridões  do colmo e da espiga”, alerta a pesquisadora.

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Inseto é vetor de doenças que podem afetar a produtividade do milho

A cigarrinha tem preferência pelos estádios iniciais da cultura do milho e por conferir uma capacidade de migração muito alta, ela abandona cultivos em fase final para colonizar novos plantios. “Se a população de cigarrinhas migrantes apresenta indivíduos infectivos, ou seja, portando os patógenos dos enfezamentos, ela pode se dispersar causando um surto na lavoura ou na região geográfica”, diz a pesquisadora.

A seguir, conheça as características da planta com a presença de cada uma das doenças do complexo de enfezamentos, que são o enfezamento-vermelho, o enfezamento-pálido e a virose-da-risca.

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As plantas com enfezamento-vermelho exibem sintomas de avermelhamento nas folhas

As plantas com enfezamento-vermelho exibem sintomas de avermelhamento nas folhas.  Pode haver redução de crescimento e encurtamento de entrenós, proliferação de espigas, malformação de espigas, com falhas na fecundação e no enchimento dos grãos.

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As folhas de plantas com enfezamento-pálido apresentam estrias cloróticas, similar a um risco de giz. Foto: Roberto Carvalho

O sintoma típico do enfezamento-pálido são as estrias cloróticas nas folhas (similar a um risco de giz). A planta também pode exibir amarelecimento e proliferação e malformação de espigas

Quando infectadas pelo enfezamento-vermelho ou pelo enfezamento-pálido, as plantas de milho podem mostrar sintomas 30 dias após a infecção, mas, normalmente, os sintomas em campo são mais evidentes a partir da fase de pendoamento.

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Os sintomas virose-da-risca são pequenas pontuações cloróticas quase que equidistantes umas das outras ao longo do limbo foliar

A virose-da-risca, por sua vez, se manifesta em qualquer fase da cultura, e os sintomas são pequenas pontuações cloróticas quase que equidistantes umas das outras ao longo do limbo foliar, paralelas às nervuras da folha. Os sintomas aparecem entre sete e dez dias após a inoculação. Essa virose pode ocorrer simultaneamente aos enfezamentos vermelho e pálido.

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De acordo com Maria Cristina, o manejo da cigarrinha-do-milho e do complexo de enfezamentos deve ser realizado de forma integrada e regionalizada, envolvendo instituições de pesquisa, assistência técnica, cooperativas, entidades representativas do setor e produtores de milho. Confira as principais ações.

Eliminação das plantas tigueras 6c3z5h

O primeiro deles é a eliminação de milhos voluntários – também conhecidos como tigueras – durante a entressafra. “Essas plantas funcionam como reservatório tanto para os patógenos quanto para a cigarrinha-do-milho. Serve como local para sobrevivência desse problema do campo”, afirma Maria Cristina.

Sincronização da semeadura 4i292j

Outra recomendação é evitar semear o milho ao lado de lavouras com plantas em adiantado estágio de desenvolvimento, principalmente se elas estiverem com muitas plantas com sintomas de enfezamentos, uma vez que as cigarrinhas tendem a migrar do milho mais velho para o novo cultivo.

Os técnicos da Epagri também aconselham sincronizar a semeadura de milho na região, determinando uma janela de semeadura. “Essa medida visa diluir a população de cigarrinhas na região, por meio da redução do período em que o milho se encontra disponível para esses insetos, principalmente na fase mais crítica”, explica a pesquisadora.

Híbridos tolerantes 6j6322

Maria Cristina chama atenção para a combinação e a escolha de híbridos com tolerância ao complexo de enfezamento. “É importante verificar a tolerância genética dos híbridos aos enfezamentos para a região, visto que um híbrido pode manifestar sintomas apenas em sua fase final e, ainda assim, resultar numa produção adequada, o que configura tolerância à doença”, diz ela.

Outra recomendação é utilizar sementes tratadas com inseticidas sistêmicos (neonicotinoides), utilizando produtos e doses recomendados para o controle da cigarrinha-do-milho.

Monitoramento do inseto-vetor 1k654x

A presença do inseto na lavoura deve ser monitorada para uso consciente de inseticidas registrados para a cultura, conforme recomendações técnicas do fabricante, visando reduzir a população dos insetos e os consequentes danos ocasionados pelos enfezamentos. O uso de sementes tratadas também visam a manutenção da população inicial de cigarrinhas em baixos níveis.

Transporte 3m1zc

Produtores devem ficar atentos para evitar perdas na colheita e no transporte, diminuindo a possibilidade de plantas voluntárias a partir de sementes perdidas.

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Fonte:
Epagri SC

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