Ibovespa fecha em queda com realização de lucros após renovar máxima histórica 475h1m

Publicado em 21/05/2025 17:34

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O sinal negativo prevaleceu na bolsa paulista nesta quarta-feira, com o avanço nas taxas dos contratos de DIs e as quedas em Wall Street endossando movimentos de realização de lucros um dia após o Ibovespa renovar máximas históricas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 1,59%, a 137.881,27 pontos, tendo marcado 137.538,35 pontos na mínima e 140.108,61 pontos na máxima, após fechar acima dos 140 mil pontos pela primeira vez na véspera. O volume financeiro somou R$22,7 bilhões.

"Um pouco de respiro com realização de lucros", resumiu a gestora de renda variável Isabel Lemos, do Fator Gestão, sobre o movimento do Ibovespa, que vem de seis ganhos semanais seguidos, tendo acumulado no período alta de mais de 9%. No ano, incluída a sessão desta quarta-feira, o índice soma alta de 14,63%.

Lemos relacionou parte da performance do Ibovespa em 2025 ao alívio na curva de juros local, bem como ao fluxo de capital externo e aos bons resultados de algumas empresas. Mas destacou que os juros reais seguem altos, o que inibe fluxo para renda variável, mesmo com ativos bastante atrativos na bolsa.

"Na medida em que você tem juros reais menores ou antecipa a queda de fato dos juros, talvez tenha uma procura maior por outros ativos, como em renda variável", afirmou.

Wall Street corroborou o viés negativo na B3, com o S&P 500 fechando em baixa de 1,61%, com preocupações de que a dívida do governo norte-americano pode aumentar em trilhões de dólares se o Congresso aprovar o projeto de lei de corte de impostos proposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

DESTAQUES

- VALE ON caiu 1,28%, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China, apoiados pelo recuo do dólar e pela demanda resistente pelo ingrediente de fabricação de aço, embora a fraqueza do setor imobiliário da China tenha limitado os ganhos. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,76%. O vencimento de referência na Bolsa de Cingapura, porém, encerrou com declínio de 0,06%.

- PETROBRAS PN recuou 1,12%, conforme os preços do petróleo no exterior abandonaram os ganhos e o barril de Brent fechou em queda de 0,72%. O governo do Estado do Rio de Janeiro propôs à estatal um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para encerrar disputas sobre dívidas que podem chegar a R$28 bilhões, em grande parte relacionadas ao imposto estadual ICMS. "Estamos negociando um grande Refis com a Petrobras", disse o governador fluminense, Cláudio Castro.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,01%, em dia mais negativo para bancos do Ibovespa, com BRADESCO PN fechando em queda de 1,78%, SANTANDER BRASIL UNIT recuando 2% e BTG PACTUAL UNIT encerrando com declínio de 1,2%. BANCO DO BRASIL ON flertou com o sinal negativo, mas sucumbiu à piora no segmento e fechou com declínio de 0,94%.

- RAÍZEN PN avançou 5,95%, tendo como pano de fundo notícia de que o Pátria submeteu neste mês à apreciação do Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) operação referente à aquisição de ativos relativos a projetos de usinas de geração solar distribuída detidos pela companhia, conforme processo disponível no site do órgão regulador. O CEO da Raízen afirmou recentemente que a empresa "está seguindo" com a venda dos ativos de energia para reduzir o endividamento.

- VAMOS ON caiu 6,6%, enfraquecida pelo avanço das taxas dos contratos de DI, que derrubou outros papéis sensíveis a juros, como CYRELA ON, que perdeu 5,61%, e MAGAZINE LUIZA ON, que recuou 4,06%.

- AZUL PN perdeu 5,56%, ainda enfraquecida por preocupações de agentes financeiros com a liquidez da companhia. Na véspera, a Standard & Poor's cortou a nota de crédito da empresa para "CCC-", com perspectiva negativa, citando maior probabilidade de "default" nos próximos seis a 12 meses. Uma reportagem da Bloomberg afirmou que a Azul pode fazer um pedido de recuperação judicial nos EUA "já na próxima semana" e que discute com credores financiamento de cerca de US$600 milhões.

- GOL PN, que não está no Ibovespa, disparou 35,29%, um dia após a aérea informar que seu plano de reestruturação foi aprovado pela Justiça dos Estados Unidos e que espera deixar o processo de recuperação judicial, ou Chapter 11, em junho. De acordo com analistas do BTG Pactual, a aprovação reduz significativamente a incerteza quanto à reestruturação financeira da Gol e aumenta a flexibilidade estratégica da empresa no futuro.

- JBS ON subiu 0,17%, tendo no radar a assembleia extraordinária com acionistas da empresa na sexta-feira para deliberar sobre seu plano para listar ações na bolsa de Nova York. Na véspera o BNDESPar, instituição do BNDES que atua no mercado de capitais, disse que reduziu sua participação acionária na companhia para 18,18%. Fontes afirmaram à Reuters que a BNDESPar pretende continuar vendendo papéis da JBS.

- MARFRIG ON valorizou-se 0,61%, com agentes financeiros ainda analisando os planos da companhia de incorporar a BRF, empresa na qual já detém controle acionário. Também de pano de fundo do setor permanece a questão da gripe aviária, com mais de 30 destinos comerciais já tendo suspendido as importações de carne de frango do Brasil após a confirmação de um foco da doença no Rio Grande do Sul. BRF ON encerrou com acréscimo de 0,19%.

- XP INC, que é negociada nos Estados Unidos, avançou 0,48%, após o balanço do primeiro trimestre mostrar lucro líquido ajustado de R$1,24 bilhão, alta de 20% ano a ano e um pouco acima das previsões de analistas, bem como novo programa de recompra de ações de R$1 bilhão. A plataforma de investimentos também mostrou melhora na rentabilidade ano a ano. O BTG Pactual reiterou compra e elevou o preço-alvo das ações de US$17 para US$22 após os números.

- NU, que é listada nos EUA, caiu 6,11% na esteira da saída de Youssef Lahrech dos cargos de presidente e diretor de operações (COO) do banco digital. As funções de Lahrech serão absorvidas pelo CEO, David Vélez. Para o Citi, a mudança pode aumentar a agilidade e a velocidade do banco na tomada de decisões, mas a falta de planos claros de sucessão para o cargo de COO pode levantar questões sobre incentivos, planejamento de longo prazo e a capacidade do NU de reter talentos-chave.

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Fonte:
Reuters

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