Segundo especialistas, seca na Argentina terá sete efeitos econômicos diretos 232e2
A metáfora do cisne negro foi desenvolvida por Nassim Nicholas Taleb para se referir a fenômenos difíceis de prever. São eventos estranhos, que estão fora do âmbito das expectativas e que, assim, produzem um grande impacto. A atual seca que a Argentina vem sofrendo nos últimos quatro meses, a pior dos últimos 44 anos, se trata de uma espécie de cisne negro para o Governo de Maurício Macri. 5m6h2w
Um recente estudo da Consultoria de Climatologia Aplicada (CCA) mostra que, nos últimos quatro meses, foram registrados entre 100 a 400mm a menos em relação ao normal para a média de chuvas desde 1973. "Neste período, chave para o plantio e o desenvolvimento do milho e da soja, as chuva estão entre os 450mm e os 550mm e estamos diante de um problema grave e uma anomalia muito generalizada", sinaliza o estudo.
O concreto, segundo analistas econômicos consultados pelo Infobae, é que a seca produziu perdas irrecuperáveis nos cultivos de verão, como é o caso da soja e do milho.
Segundo os especialistas consultados, a falta de chuvas gera os seguintes efeitos:
1 - Impacto direto sobre os custos de produção, já que será mais caro produzir lácteos, carnes e frango, pois o milho é um dos principais insumos deste tipo de produção. Estes maiores custos de produção também devem refletir nos preços internos, provocando um aumento da inflação estimada pelo Governo e pelas principais consultorias econômicas.
2 - Uma grande parte das consultorias argentinas calculam que o custo para a Argentina representará de 0,5% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Por este motivo, muitas delas já começaram a reduzir suas expectativas de crescimento para este ano. O economista Fausto Spotorno, da Ferreres & Associados, disse para o Infobae que o efeito será de 0,5%, incluindo as atividades vinculadas. "É o pior cenário e restará apenas o crescimento nas exportações, mas haverá uma compensação pela alta do preço internacional da soja", sinalizou. Um estudo da consultoria LCG já considera que o efeito será "marginal", de 0,2%. As estimativas de crescimento do PIB para essa consultoria estão em 2%, enquanto o Governo argentino projeta 3,5%.
3 - Uma redução da produção de soja significa também uma menor oferta para abastecer a indústria de óleos. "Neste caso, o principal produto afetado, é, sem dúvidas, o farelo de soja, com um rendimento de 79% na extração se consideramos 12 milhões de toneladas a menos de grão de soja, o volume de farelo de soja resultante é de 9,5 milhões de toneladas", explicou o especialista Pablo Adreani.
4 - Esta menor produção também irá resultar em uma queda das exportações de soja em grão, já que a redução estimada de farelo afetará o saldo exportável deste produto.
5 - Segundo os cálculos de Adreani, a redução da produção de soja e de milho equivale a reduzir a carga de transporte em mais de 500.000 caminhões, o que poderia provocar uma perda superior aos US$700 para o setor.
6 - A queda na produção estimada de soja e milho também irá resultar em uma queda no consumo de diesel - 50 milhões de litros a menos, ou US$65 milhões.
7 - Os pecuaristas de corte e de leite também serão afetados, já que estes terão de competir para se abastecer de farelo de soja com os exportadores. Os cálculos dos especialistas mostram que são consumidas 4,5 a 5 milhões de toneladas de farelo de soja no mercado interno. Além disso, esse fator pode levar a um aumento de US$1 bilhão para o custo de produção de carnes e lácteos, implicando no aumento do preço desses produtos no mercado interno. O ministro da Agroindústria do país, Luis Miguel Etchevere, manifestou que "é antecipado fazer uma avaliação sobre o impacto econômico da seca, que afeta fundamentalmente a soja e o milho da safra 2017/18, mas que as perdas são importantes".
Tradução: Izadora Pimenta
0 comentário 176t6r

Soja: Mercado 2025/26 esteve mais ativo na semana do que o disponível, de olho no Chicago acima dos US$ 10,80

Soja fecha em queda na Bolsa de Chicago nesta 6ª, mas de olho nas chuvas intensas no Corn Belt

Soja tem manhã de estabilidade em Chicago nesta 6ª feira, mas atenta ao clima chuvoso no Corn Belt

China manterá papel central para soja e tem estocado mais, diz diretor da Dreyfus no Brasil

Soja fecha com leves altas e negócios no BR podem ser ainda mais atrativos no 2º semestre

Soja recua em Chicago com despencada forte do óleo e realização de lucros dos grãos nesta 5ª feira