A esperança e o medo, por Afonso Peche Filho 616b4j
Os problemas de poluição, assoreamento dos rios e lagos, cheias e inundações, escassez de água, erosão, desmatamento e perda acelerada da biodiversidade, são temas que impressionam e sensibilizam pessoas, cidadãos metropolitanos e urbanoides. Causam profunda tristeza nos rurais, nos ribeirinhos e nos caipiras. Os espaços que criamos nossas atitudes e compromissos com a natureza vão conformando esta impressionante e cambaleante situação dos rios e das matas nos territórios municipais. 4r5s1x
O atual modelo de desenvolvimento econômico vai construindo uma sociedade indiferente com os ecossistemas locais, repressiva com a vida, competitiva e violenta com a natureza. Cria cada vez mais um mundo encarcerado nas quatro paredes do individualismo. Cada vez mais setorizado nos interesses estratégicos e distantes do coletivo. Amedronta a sociedade e institui o medo de um futuro amargo e triste.
Será que é esta a sociedade que sonhamos?
Será que somos tão perversos a ponto de criar tendências suicidas, de buscar a autodestruição?
Será que a generalização do medo vai sobrepor à esperança?
Eu acredito que não. Estou convicto que é possível uma cooperação social para mudar esta situação. É possível criar formas para a sociedade tratar adequadamente as agressões ambientais que vem patrocinando. É possível redesenhar o desenvolvimento para uma escala mais humana, sem frear a economia. É possível criar formas de sociabilidade ambiental, relações sociais estabelecendo entre seus membros o compromisso ético de conviver harmoniosamente com a natureza. Maneiras de cidadãos, profissionais, e segmentos da sociedade se relacionarem com muito mais respeito e compreensão com todas as formas de vida.
O caminho lógico para essa necessária e urgente cooperação social a por organizar oportunidades de diálogos, atividades dialógicas com as distintas formas de estruturas sociais da cidade. Diálogo familiar, na escola, no trabalho, no bairro, na igreja, nas associações e sindicatos, nas torcidas organizadas. Nos mais diferentes cantos da cidade.
A sociedade urbana vive no concreto e necessita de natureza para o bem estar. A sociedade agrícola vive no rural e necessita da natureza equilibrada para ganhar o seu desenvolvimento. A sociedade moderna se importa com a natureza, valoriza a natureza vive para a natureza. A sociedade moderna sabe que não é possível continuar neste indiferente ritmo de destruição. Sabe que não deve mais patrocinar a fragilização dos ambientes naturais. O medo de organizar uma sociedade mais humana não vai sobrepor a esperança de um município melhor, de vidas melhores, de um mundo com a presença do ser humano.
Afonso Peche Filho é pesquisador científico do Instituto Agronômico de Campinas - IAC
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