Pessimismo com China e quadro fiscal doméstico levam Ibovespa à mínima desde maio 5t4b2g
3c30x
Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Dados decepcionantes sobre atividade econômica na China e a piora de perspectivas para inflação e juros no Brasil colocaram investidores na ponta vendedora de ações domésticas, levando o Ibovespa nesta segunda-feira à mínima desde o começo de maio.
Pressionado pelo efeito da queda de commodities e da alta do dólar sobre ações domésticas, o principal índice acionário do país caiu 1,66%, fechando a sessão em 119.180,03 pontos, menor nível de fechamento desde 4 de maio. O giro financeiro da sessão somou 34,2 bilhões de reais.
A China teve crescimento de produção industrial e de vendas no varejo em julho, mas abaixo das expectativas, o que foi suficiente para levar ladeira abaixo as cotações de produtos como petróleo e metais.
Além de puxar consigo os índices das principais bolsas globais, por aqui esse quadro ampliou o pessimismo com o Brasil, diante de receios com o quadro fiscal e tensão política. Esse cenário mais negativo foi temperado com a piora das projeções de inflação e juros para 2021, segundo o boletim semanal Focus, do Banco Central.
"A desaceleração da economia chinesa e mais um pregão de alta para curva de juros justificam a forte queda do Ibovespa e o retorno para a faixa de 119 mil pontos", afirmou o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro.
Mas a sessão também foi marcada por uma bateria de anúncios corporativos de fusões, aquisições envolvendo Rede D'Or, Alliar, Ultrapar, Bemobi, Viveo, enquanto Comerc e Entalpia anunciaram planos de listagem em bolsa.
DESTAQUES
-PETROBRAS perdeu 2,42%, na sombra das cotações globais do barril do petróleo, após dados econômicos da China.
- USIMINAS puxou a fila das siderúrgicas, cedendo 5,3%, também após dados chineses. CSN encolheu 2,72%, enquanto Gerdau teve baixa de 3,1%. VALE foi uma exceção, com ganho de 0,46%.
- ITAÚ UNIBANCO recuou 1,15%, ilustrando a sessão também negativa para os grandes bancos brasileiros, após o mercado elevar as projeções para alta da Selic em 2021. BRADESCO retrocedeu 0,82% e SANTANDER BRASIL foi depreciado em 0,29%.
- COSAN caiu 2,2%, após divulgar lucro líquido de 942,4 milhões de reais no segundo trimestre, ante 101,9 milhões do mesmo período de 202. A empresa, porém, anunciou redução da expectativa de investimentos para a unidade de gás Com.
- ALLIAR disparou 19,9%, após anúncio de que a Rede D'Or ofereceu comprar a empresa de diagnósticos médicos com um prêmio de 21,8% em relação à cotação de fechamento das ações na sexta-feira, numa operação de até 1,36 bilhão de reais. REDE D'OR fechou estável.
- ULTRAPAR avançou 1,09%, após ter anunciado acordo para vender 100% de sua unidade de químicos especiais Oxiteno para o grupo tailandês Indorama por 1,3 bilhão de dólares.
- CVC perdeu 8,56%. A companhia de viagens anunciou nesta manhã que elevou a participação na VHC Hospitality, de 69% para 100%. Na sexta à noite, havia divulgado que teve prejuízo de 175,6 milhões de reais, acusando os efeitos da segunda onda da Covid-19. Executivos da companhia chegaram a mencionar que esperam forte alta de resultados no segundo semestre, diante de demanda reprimida por viagens no Brasil.
- VIVEO teve valorização de 0,17% após revelar que acertou a compra da Profarma Specialty, empresa de distribuição e farmácia de especialidades e da Cirúrgica Mafra, por um valor total de cerca de 900 milhões de reais.
- BEMOBI teve declínio de 2,16%. A companhia anunciou também nesta manhã a comprou o grupo chileno Tiaxa por até 38 milhões de dólares.
0 comentário 176t6r

Ibovespa fecha em queda com realização de lucros, mas acumula alta em maio

Dólar sobe quase 1% puxado por exterior e fecha semana acima dos R$5,70

Juros futuros sobem puxados por PIB forte no Brasil e desconforto com IOF

Trump diz que conversará com Xi e espera resolver questão comercial

Governo do Japão diz que concordou com os EUA em acelerar negociações comerciais

Wall Street teme que imposto sobre investimento estrangeiro reduza demanda por ativos dos EUA