Bovespa sobe 1,6% de olho em referendo britânico, em dia de vencimento de opções 116v3g

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Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa teve sua quarta alta consecutiva nesta segunda-feira, com bolsas subindo no exterior depois que pesquisas mostraram que o apoio pela permanência da Grã-Bretanha na União Europeia ganhou força.

O Ibovespa subiu 1,61 por cento, a 50.329 pontos.

O giro financeiro totalizou 8,1 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, cujo exercício movimentou 2,28 bilhões de reais, conforme operadores.

Três pesquisas de opinião no fim de semana mostraram ganho de fôlego da opção pela permanência da Grã-Bretanha na UE, deixando investidores mais calmos antes do referendo previsto para 23 de junho. O cenário geral, contudo, ainda mostra um eleitorado dividido.

Participantes do mercado estão atentos ao tema, uma vez que uma eventual saída da Grã-Bretanha da UE poderia afetar a economia global e reduzir a disposição de investidores de assumir riscos. Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 subiu 0,58 por cento.

A expectativa de maiores chances de permanência do Reino Unido no bloco europeu já havia levantado a Bovespa na última sexta-feira.

O mercado doméstico seguiu a alta no exterior apesar do noticiário interno mais negativo, com preocupações sobre a decretação de calamidade pública financeira pelo Estado do Rio de Janeiro e o envolvimento de ministros do governo do presidente interino Michel Temer no noticiário da operação Lava Jato.

DESTAQUES

--GRUPO PÃO DE AÇÚCAR teve ganho de 3,28 por cento, na sequência de notícia do jornal O Estado de S.Paulo, segundo a qual o grupo francês de varejo Casino está revendo estratégias no Brasil e pode optar por fechar o capital da varejista. O Casino, contudo, informou que não possui atualmente estudos ou intenção de fechar capital ou realizar reestruturação societária das empresas brasileiras controladas. [L1N19C16U]

--MRV ENGENHARIA subiu 4,37 por cento, impulsionada pela aprovação pelo Conselho de istração da companhia de programa de recompra de até 20 milhões de ações.

--PETROBRAS ganhou 2,57 por cento nas preferenciais e 2,99 por cento nas ordinárias, com o preço do petróleo no exterior avançando devido às expectativas sobre o referendo britânico.

--OI, fora do Ibovespa, recuou 5,97 por cento nas ações ordinárias e 10 por cento nas preferenciais, em meio a notícia de que o endividado grupo de telecomunicações assinou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para suspender obrigações financeiras por 180 dias, segundo disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto. O Estado de S.Paulo noticiou que a Oi contratou na semana ada o escritório GCM Galdino Coelho Mendes, especializado em recuperação judicial. "Em suma, (vemos) poucas alternativas para a companhia, desde um aumento de capital ou venda. Quanto mais tempo demorar essa situação, pior será para a companhia, que vê o resultado operacional em queda e sua dívida em elevação", disse a XP Investimentos.

--GOL, também fora do Ibovespa, subiu 3,08 por cento, depois de ter melhorado os termos da oferta de troca de títulos de dívida por novos papéis e prorrogado a oferta aos detentores de bônus para 1o de julho, uma vez que as condições iniciais não atraíram volume relevante de credores para a operação. O Bradesco BBI avalia que os novos termos para a oferta podem elevar a aceitação para uma faixa de 50 a 100 por cento, ante os atuais 18 por cento. [L1N19C0ZU]

--SMILES, controlada da Gol, pegou carona na melhora dos papéis da companhia aérea e avançou 4,39 por cento.

--ESTÁCIO recuou 2,22 por cento, devolvendo parte da alta expressiva de 7,26 por cento na sexta-feira. No último pregão, o papel avançou motivado por notícia da Reuters segundo a qual a Kroton está disposta a melhorar a oferta de compra da rival Estácio.

--ECORODOVIAS e CCR avançaram 4,68 e 4,36 por cento, respectivamente. Os papéis têm se movimentado por sinalizações do governo interino sobre futuras concessões de infraestrutura e expectativas de renovação de contratos.