Mercado de soja dentro de ciclo de baixa, por enquanto, por Miguel Biegai da OTCex Genebra 1x4w3d
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O mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago opera em queda nesta manhã do dia 15 de junho. O contrato de novembro está cotado em US$ 934 cents/bushel, com 5 centavos de baixa.
O mercado vive de ciclos. Na semana retrasada, com base em fatores fundamentais (clima e dólar), um forte ciclo de baixa derrubou os preços dos US$ 960 para US$ 910 cents/bushel. Na semana ada, um contra-ciclo de recuperação técnica devolveu as cotações para níveis de US$ 940. E agora nessa semana estamos vendo o mercado novamente recuando, e aparentemente iniciando um novo ciclo de baixa. E esse ciclo de baixa está amparado em fatores fundamentais também, como a gradativa projeção de melhores condições climáticas nas principais regiões produtoras dos EUA, e consequentemente de possível aumento de oferta.
A análise gráfica é uma ferramenta importante para nos ajudar a ver os fundamentos agindo no mercado, a partir de uma perspectiva mais ampla. Alguém falou (não lembro quem, e não vou enganar o leitor procurando no google quem disso isso), que a análise gráfica é como um óculos: “Sozinho, não serve pra nada. Mas ajuda a enxergar.“
Por conta disso, auxiliado pela análise gráfica para enxergar melhor os fundamentos, receio que o mercado futuro de soja esteja enclausurado dentro de uma tendência primária de queda dos preços, e que vem se desenvolvendo desde fevereiro desse ano, como podemos observar no gráfico que estou postando neste artigo. Dentro desta tendência primária, existem tendências secundárias de alta e de queda (porque o mercado anda em ciclos), mas sempre dentro da tendência primária de queda. Se o leitor olhar no gráfico, conseguirá entender melhor o que estou dizendo. O cérebro humano processa informações visuais muito mais rapidamente do que números e palavras.
Se nada de novo ocorrer, o mercado continuará seguindo esse caminho. Talvez um fator limitante para que esse movimento encontre um “fundo do poço” seja a demanda bastante aquecida, e a menor propensão de venda por parte dos produtores quando os preços estão muito baixos. Aí pode ser que a tendência primária de queda se encerre e entremos numa tendência primária lateral de preços. Para o mercado entrar numa tendência primária de alta, só mesmo se acontecer um problema climático relevante na safra americana. Tem que ser algo que afete a oferta, e que traga novidade no mercado, porque a demanda é bem conhecida.
Ao produtor, recomendo ficar atento diariamente a uma possível mudança nas projeções climáticas nos EUA.
Mas por via das dúvidas, a melhor coisa a se fazer, para o produtor, é vender uma parte da soja física, desmobilizando o capital investido nisso, e comprar uma participação de alta na bolsa. Se acontecer algo de novo (em termos climáticos) nos próximos meses, estará participando da alta. Mas se nada acontecer, pelo menos não ficou segurando a soja, com todos os custos envolvidos nisso (custo de oportunidade, perda de peso, custo de armazenagem, etc.)
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