Brasil cresce 1,4% no 1º tri com desempenho mais forte da agropecuária em 2 anos o4418
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or Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A economia do Brasil cresceu acima de 1% no primeiro trimestre sustentada pelo desempenho mais forte da agropecuária em dois anos, iniciando com força um ano em que se espera moderação da atividade à frente diante da política monetária contracionista.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil expandiu 1,4% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters para o período de janeiro a março e foi o mais elevado desde o segundo trimestre do ano ado (+1,5%).
O desempenho mostrou ainda forte aceleração em relação ao ritmo do final do ano ado, quando o PIB expandiu 0,1% no quarto trimestre em dado revisado pelo IBGE de 0,2% informado antes.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB teve expansão de 2,9%, contra expectativa de 3,2% nessa base de comparação.
A agropecuária, com peso de cerca de 6,5% na economia, foi o principal responsável pela expansão da atividade econômica nos três primeiros meses do ano, com crescimento de 12,2%% em relação ao quarto trimestre.
Esse desempenho foi o mais forte para o setor desde o primeiro trimestre de 2023 -- a leitura forte já era esperada por analistas diante de condições climáticas favoráveis, ganhos de produtividade e uma produção recorde de soja.
"O agro tem dois efeitos positivos, por conta do clima mais favorável e por conta de colheitas concentradas no primeiro semestre, como soja, arroz, milho e fumo. A soja é nossa principal lavoura e concentra no primeiro semestre", disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
"Fora o efeito clima e concentração, tem a base deprimida de 2024 e um aumento da produtividade. A conjuntura está toda favorável para o setor agropecuário", completou
Ainda no lado da produção, os serviços -- setor que responde por cerca de 70% da economia do país -- tiveram expansão de 0,3%, depois de crescerem 0,2% no quarto trimestre do ano ado.
"O grande destaque dentro dos serviços ... foi a atividade de serviços de informação e comunicação, especialmente devido ao aumento de Internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, disse Palis, destacando o avanço de 3,0% dessa atividade no primeiro trimestre em relação ao quarto.
Por outro lado, a indústria teve retração de 0,1% no período, após oito trimestres seguidos no azul, pressionada pelos setores de transformação (-1,0%) e de construção (-0,8%)
"O setor industrial está sendo negativamente afetado pela política monetária restritiva”, disse Palis.
INVESTIMENTOS E CONSUMO
Já do lado das despesas, o destaque foi a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, que cresceu 3,1%, ritmo mais intenso em um ano. Ainda assim, somente esse indicador e a indústria estão abaixo do pico da série, em 2013, sob o efeito dos juros elevados, segundo o IBGE.
As despesas das famílias também ajudaram no desempenho do PIB no primeiro trimestre com um aumento de 1,0%, depois de apresentaram retração no final de 2024, refletindo um mercado de trabalho aquecido e aumento da renda. As despesas do governo cresceram 0,1%, desacelerando ante taxa de 0,5% no trimestre anterior.
No setor externo, tanto as exportações de bens e serviços quanto as importações de bens e serviços cresceram, respectivamente 2,9% e 5,9%.
Um mercado de trabalho aquecido e políticas de estímulo ao consumo e ao crédito adotadas pelo governo, como o novo programa de crédito consignado, vêm ajudando a mitigar os efeitos na economia da política monetária contracionista e da inflação persistente.
Mas ado o tradicional efeito da agropecuária em início de ano, a expectativa é de que a economia mostre desaceleração gradual ao longo do ano, conforme o impacto dos juros altos sobre a atividade se torne mais visível.
No início do mês, o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic a 14,75% ao ano, deixando em aberto o que fará na reunião de junho, mas indicando a necessidade de uma dose alta de juros por período prolongado.
Também pairam sobre as perspectivas os efeitos das tarifas globais de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos tem adotado uma política comercial errática, com idas e vindas, impactando a cadeia global de ofertas e gerando um ambiente de grande incerteza.
Em revisão na semana ada, o Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o PIB brasileiro de 2,3% para 2,4% neste ano, mantendo a previsão de expansão de 2,5% em 2026.
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